domingo, 14 de junho de 2015

opia, palavra nova

vi que viste;
abraçaste com pressa a minha mão
abraçaste bruscamente com os dedos a minha mão direita
passeaste os olhos e fixaste-os no palco
para me desviares o olhar e eu seguir o teu e pasmarmos juntas
.
conseguiste
um desvio conjunto e fugiste com habilidade à finta dos meus olhos
e assim permaneceste: tão concentrada estavas na dança do palco
que nem reparaste que continuei a fitar-te;
cantavas a canção das bailarinas do palco
a voz fina a boca pouco aberta, vergonha, disfarce?
mas eu com a mão direita húmida e os lábios a tremer
mas não de frio
eu
- e as lágrimas quase a verter -
num ápice para não haver voltar atrás
ginastiquei o pescoço e olhos de mocho antes de os fecharmos
desta feita os lábios mais desinibidos que nós.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

___________________________________

estás dita e escrita por estas mãos
nos cadernos da minha pós-adolescência.
caíste às gotas espessas de tinta sem sequer seres consultada.

a posteridade saberá de margaridas - flores tenras e mal amadas -
mas é bem feita.